quarta-feira, 2 de junho de 2010

O Estado da educação ou a educação do Estado



Os ideários contidos na República e na Democracia caracterizam-se pelo optimismo antropológico em relação à Humanidade. Em especial, quando esta está sob os efeitos de um sistema em que a Educação e a Cultura é igual para todos. Neste sentido, na I e III Repúblicas proliferaram ministérios cheios de paixão pela Educação, tida como a panaceia para todos os males e atrasos do País. Abriram-se escolas, universidades, quer nos sectores público quer no privado sem que fossem tidas em conta as características demográficas numa análise a curto, médio ou longo-prazo. Estava mais do que previsto o impacto negativo que iria ter no Ensino e nos seus agentes a diminuição da natalidade e a destruição da instituição família, fenómenos a que não é alheio o ideário democrático progressista.

Pelo meio inventaram-se modelos novos que, de tão maus na sua essência e inconsistentes no seu conteúdo, deram frutos espectaculares logo nos seus inícios. Daí que foram sendo ao longo dos diversos governos substituídos por outros, mas sempre da mesma natureza: o eduquês, o facilitismo, o didactismo, etc.

Os resultados estão aí. A Escola é um espaço moribundo, à beira da falência económica e moral. Podia restar ao aluno com dificuldades em aceder Ensino - o qual outros colegas e compatriotas seus têm quase de borla - a esperança de poder aprender uma profissão que garantisse o seu futuro. Mas até isso lhe é vedado devido à quase inexistência de ensino técnico onde ele é mais preciso.

Já alguém perguntou aos senhores do Governo o que vão fazer agora com a Escolaridade Obrigatória até aos 18 anos?

2 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

O país enlouqueceu no dia 25 do A e ainda não recuperou. Tenho, no entanto, alguma esperança na geração que tem agora vinte anos, está a sair das universidades,e que dentro de alguns anos chegará ao poder. Isto se entretanto não se forem todos embora!

Pedro disse...

Kruzes

Não sei que esperança podemos ter na geração que foi habituada a viver quase sem autoridade, enfiada em casa a ver Tv e a jogar PSP ou outros e que na escola aprende pérolas fantásticas, em especial na área de Humanidades. Por outro lado, têm acesso a uma informação que nós não tínhamos, podendo ver desmitificados muita asneira que tentam enfiar-lhes na cabeça...