O funesto evento da Alemanha, no qual um jovem desenfrado mata cerca de 15 pessoas, na maioria seus colegas na escola onde estudou, é ilustrativo do tipo de mundo em que vivemos. Malucos sempre houve, mas a repetição sistemática deste tipo de ocorrências vem ao encontro de uma realidade muito simples: sejam quais forem as leis de posse de arma, o individualismo, o egoísmo e a indiferença e isolamento proporcionados pelo tipo de sociedade e de cultura reinantes apenas levam a que o Mal se manifeste incorporando assassinos prováveis ou menos prováveis, dando origem à repetição de actos como estes.
O que os paspalhos do costume, que nesta altura começam a especular sobre projectos de lei estúpidos e vãos sobre a posse de arma, não entendem é que o Mal é real, existe e espreita qualquer brecha, as quais abundam num mundo eminentemente materialista, ateísta e vazio de valores éticos e morais, cujas instituições básicas estão degradadas e inexistentes. É paradigmático que todos, repito todos, os criminosos deste género provêm de famílias destruídas ou inexistentes, submetidos a grandes períodos de isolamento e indiferença em relação à comunidade. Mas pelo visto, os factos que mais são relevados pelos media, são a particularidade do rapaz "gostar de filmes de terror" e de "violência". Muito típico do tipo de análise de hoje em dia, a aparência sobrepõe-se às suas causas e a tudo o resto. É a psicologia behaviorista e congnitiva comportamental em sua glória com suas análises e soluções da cultura de post-it dominante em todo o conhecimento.
Nunca estarei apto a descortinar causas de tão funestos actos, mas um coisa é certa, o modelo cultural e social do Ocidente contemporâneo dá os seus frutos.
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