quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Violência policial, o eterno filme



Repugna-me e inquieta-me qualquer tipo de abuso de autoridade que ponha em causa a integridade física e/ou moral do Indivíduo, venha essa autoridade do Estado ou de outra entidade seja de que natureza for. A coerção, seja qual for a sua manifestação e causalidade, deveria ser quando muito um mal necessário e sempre assente numa solução de compromisso.
Contudo, é por demais evidente que aqueles que defendem com unhas e dentes a desculpabilização, com base em argumentos sociais e por vezes filosóficos, de comportamentos criminosos e lesivos da liberdade de nós todos sejam os primeiros a atirar pedras ao comportamento da Polícia quando esta dá um passo em falso. Não ouvi ninguém questionar em que condições trabalha a nossa polícia, como ela é tratada pelos sucessivos orçamentos de Estado (onde sofre mais cortes do que a cultura...), do estigma social (sim, esse...) que ainda sentem na pele, o apoio psicológico que (não) têm no desempenho de uma profissão de alto risco. E muito poucos falam na permissibilidade com a qual a nossa lei trata os criminosos e delinquentes de vária espécie, o que bloqueia muitos procedimentos judiciais que seriam necessários.
Não estou a desculpabilizar actos que me repugnam, apenas gostaria de viver num país em que tivesse a certeza de que os criminosos, polícias e não polícias, fossem mesmo punidos, e no qual a única justiça possível não fosse levada a cabo pela "iniciativa privada".

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