Veja-se a lufada de ar fresco que a concessão do Rivoli a um privado traz. O privado experimenta um novo tipo de espetáculo para ver se o público se interessa nele; não se trata de impôr um espetáculo ao público, como nos velhos tempos da gestão camarária - trata-se de ver se o público estará interessado no espetáculo; o privado inova e investe, mas fá-lo em função daquilo que calcula serem os gostos do público. Concomitantemente, o espetáculo permance em cena em função do interesse do público - pode permanecer duas semanas ou dois meses ou dois anos, consoante o público vá sempre comprando bilhetes ou não; em tudo diferente da gestão camarária, na qual o teatro é cedido a um determinado espetáculo de uma determinada companhia por um tempo fixo, sendo que por vezes nunca chega a haver vendas de bilhetes que justifiquem a sua permanência no palco, noutras vezes o espetáculo vai-se embora quando ainda todas as sessões têm sala cheia.
Assim sim: cultura para o povo, para quem a quer ver e pagar, não para quem a faz.
Assim sim: cultura para o povo, para quem a quer ver e pagar, não para quem a faz.
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Acrescento que, embora a concessão da gestão do teatro Rivoli a Filipe La Féria tenha sido impugnada em tribunal, os adversários de La Féria e todos os ódios que ele e seus espectáculos originam são típicos de um país em que o sucesso, o empreendedorismo e o arrojo causam muito mal-estar. Em especial, em sectores em que prevalece o corporativismo, o parasitismo e abundam lóbis, ressentimentos e "raivas".
Por tudo isto, força La Féria! Estou certo que Jesus Cristo Superstar será um êxito. E que há gente que irá morrer de raiva...
P.S.: Não gosto nada de musicais. Nem os da Broadway nem os de lado nenhum. Por isso não pretendo ir ver o espectáculo em questão. Segundo um ex-professor meu, os musicais são uma espécie de ópera-pop. Não sei se é assim se não. Mas, será que pelo facto de terem tanta popularidade justifica serem tão denegridos e considerados subprodutos, tal como fazem certos "intelectuais"? Independentemente de serem ou não do La Féria, não haverá muito odiozinho e invejazinha pelo meio?
6 comentários:
E viva o Filipe La Féria - homem de grande empreendedorismo - e os seus musicais, e toda a cultura popular!
E que o musical Jesus Cristo Superstar tenho muito sucesso aí, pelas bandas do Porto, no Rivoli!
Viva moi même! Lol...
Estou certo que vai ter sucesso sim, mas que não conte comigo...
Também não sou entusiasta dos musicais,mas torço pelo sucesso de La Féria,a ver se se destrói o mito,sem pés nem cabeça,de que a cultura tem de ser uma coisa de esquerda,subsidiada pelos contribuintes,e se mostra aos barricados do Rivoli que há vida para além deles.
Beijo também para o Pedro
Pois Cristina, foram muitos anos de subsidariedade, de amiguismos, de guerrinhas contra este e aquele, em suma de muito bons hábitos que agora não é fácil eliminar...
Meu caro, tenho outra vez que te dizer que tens que passar cá por casa... Como é que V. Excia. não gosta de musicais? É porque nunca ouviu (ou viu) um dos musicais (qualquer um) de Stephen Sondheim. Qual Ópera, qual Rock! Nada disso! COmo porta de entrada sugiro o "Chicago" (musical de John Kander e letras de Fred Ebb). E depois conversamos.
Sérgio
Confesso que sou um ignorante nessa matéria e uma vez que não conheço admito poder vir a gostar desses autores que mencionas. É nestas coisas que a vida tem a sua graça!
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