Curiosidade sobre um texto
Para satisfazer a curiosidade de quem eventualmente não o saiba, o texto transcrito em alguns excertos no post anterior é o intitulado Testamento Político de D. Luís da Cunha, escrito no século XVIII (terá sido redigido em 1743, segundo os investigadores e circulado nessa altura em cópias manuscritas) como documento pessoal tendo como futuro destinatário o, então, príncipe D.José, futuro rei D.José I.
Os trechos que escolhi parecem, de modo surpreendente e em simultâneo entristecedor, referentes aos dias de hoje. Passe o anacronismo inerente à diferença entre duas épocas com mais de duzentos anos de distância.
Poderia e pode também haver alguma afinidade ideológica da minha parte em relação a este texto, uma vez que tem sido considerado como o precursor do Liberalismo em Portugal, por muitos respeitáveis historiadores e políticos. Sem dúvida que há aspectos respeitantes à política, sociedade e economia que criam fundamentos ideológicos para o futuro, mas o mais interessante neste texto é a sua mundividência, bem visível nas considerações sobre os cristãos-novos, a inquisição e aspectos de geo-estratégia, não obstante outros que não escapam à sua datação.
Pode ler o texto na íntegra e mais considerações, mais bem avalizadas do que a minha, aqui.
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