domingo, 10 de dezembro de 2006

Olá


Bem-vindo a' O Parcial. Blog que, como o nome indica, é parcial. Para começar porque detesto a imparcialidade, os que não tomam partido. Apesar de não ser religioso, gosto de ouvir um amigo meu padre dizer que Jesus abominava os amorfos. Tínhamos de estar de acordo em alguma coisa.
Neste momento não pertenço a nenhum partido político do espectro nacional, o que não admira pois este é pobre e não cobre as minhas convicções. Sou aquilo a que se convencionou de há muito chamar de liberal, termo estafado com significados equívocos e dispersos. Não me vou espraiar em conceitos diversos que andam à volta disto. Para abreviar direi que sou um liberal, que apesar de defender a independência total do indivíduo em relação à sociedade e ao Estado, tenho as minhas preocupações sociais.
Vivemos num país em que as pessoas se habituaram a ver o Estado como uma espécie de Pai Natal em conjunto com a Mãe Joana. O Estado por sua vez habituou-se a que os indivíduos a ele se moldassem e dele dependessem em vez do contrário, o que seria de desejar.
A nossa sociedade sempre foi perita em querer definir regras para os indivíduos, a querer impor opções de vida, hábitos e maneiras de ser e de estar. O catolicismo de um lado e o marxismo-leninismo do outro são a "coligação" perfeita dos pais da nação e das lições de vida e de moral. Deles provêm todas as verdades absolutas para apaziguar as almas. Quer um quer outro nunca se aperceberam de que o mundo mudou. Ambos desprezam os desejos dos outros e cumprem os seus com o deleite próprio do fruto proibido. Ambos põem suas seríissimas reservas do alto do seu púlpito ao consumismo, ao mercado livre internacional, aos direitos individuais, e de mãos dadas têm uma antipatia enternecedoramente bacoca pelos EUA e pela ideia de aldeia global.
Se aqui não virdes, caros leitores, as reprovações do costume à política externa americana (com a qual raramente eu estou de acordo, diga-se...) é porque simplesmente temo, receio e abomino os inimigos da liberdade, que em nome da religião matam indiscriminadamente, formam-se em cursos de ódio e seguem um livro no qual pode haver muita coisa, mas não há uma Maria Madalena que tenha escapado do apedrejamento por nenhum profeta que tenha feito a inibidora pergunta aos carrascos... os resultados estão à vista. Ou talvez não, pois os iluminados do costume apenas têm capacidade de autocrítica. Contestam apenas a civilização que lhes dá a liberdade para precisamente poderem contestar quem bem entendam.
Até já!

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