segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Café poesia

Como asas sem pássaro,
As horas sem relógio
Na Noite medida,

— Enterram o Tempo!...
— Enterram a Vida!

No  Tempo dividida,
Até ao corte
A que A desloco,
     — Vida,
Que és a Morte
A pouco e pouco...

Que corres, corres,
E me percorres com datas
De luto,
E morres e matas
Em cada minuto…

E, ao perpassares
Mares de saudade
Pelo mundo,
— A deixares toda a verdade
Da Tua eternidade
De segundo!...
 
Rodrigo Emílio - As lágrimas ancoradas à sombra do amor, 1961

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