O encontro do humanismo renascentista com as idéias da decadência filosófica cristã emergirá com toda força e será o pano de fundo das três grandes revoluções: a Reforma religiosa, a Revolução Francesa e a Revolução russa. Voegelin mostrou que o elemento radical do momento revolucionário inicial será seguido de um momento de “restauração”dentro do próprio movimento revolucionário. O que passará a se chamar conservador nada mais é do que esse elemento estabilizador, mas ele próprio é integrante da revolução. [A ortodoxia greco-cristã jamais foi restaurada]. Isso acontece porque não é possível que a dinâmica revolucionária aguda tome todo o tempo histórico, pois o princípio de realidade não pode ser inteiramente negado, sob pena de comprometer a sobrevivência humana.
O conceito de revolução permanente, cunhado por Trotsky, não é outro que não essa dinâmica. Afinal, a revolução se propõe objetivos inalcançáveis e seu sentido é o movimento contínuo, rumo ao nada. O repouso jamais poderá ser alcançado. Mas os momentos de febre precisam ser seguidos de momentos de relativa estabilização, sob pena de a vida prática ficar inviável.
O liberalismo dito clássico, nos momentos subseqüentes ao movimento revolucionário do século XVII, em paradoxo, passou a compor o contrapeso aos delírios revolucionários jacobinos. Voegelin fecha o texto com a seguinte afirmação:
“In the light of these considerations we can say that, on the one hand, liberalism decidedly has a voice in the political situation of our time; on the other hand, however, today the ideas of autonomous, immanent reason and the autonomous subject of economics are scarcely alive and fruitful; thus, the classical liberalism of the secularist and bourgeois-capitalist stamp may be pronounced dead.”
Voegelin foi certeiro no seu diagnóstico. Passadas mais de três décadas dessa constatação podemos dizer que a forma resultante de estabilização do movimento revolucionários na segunda metade do século XX foi o que se chamou de neoliberalismo, essa simbiose entre os frutos da ciência econômica liberal com as crenças coletivistas no plano político. O neoliberalismo virou a plataforma de todas as agremiações políticas no poder, desde o fim da II Grande Guerra. É o que se chama de social-liberalismo ou liberalismo-social. Numa única expressão, social-democracia.
Neoliberalismo é apenas mais uma variação estabilizadora da social-democracia, esta mesma que está a morrer pela crise atual. Vê-se que a variante neoliberal não pode ser mais o elemento racionalizador e estabilizador do exercício do poder real nesse estágio avançado. O modelo esgotou-se, fruto de sua entropia intrínseca. O distributivismo proposto pela social-democracia dependia da contínua expansão da carga tributária e da emissão de moeda, que já bateram seu limite superior. A falência está inteiramente explícita na inviabilidade dos modelos de previdência social e no inchaço incomensurável do funcionalismo público. O mundo ocidental está em um beco sem saída, inclusive nos EUA.
O que virá no lugar? Ninguém sabe. Uma guinada conservadora? Um novo espasmo revolucionário? Seja o que vier não se fará com pouca violência. Os sintomas estão por toda parte, as tensões brotam dia a dia. Os próximos anos serão sombrios.
O conceito de revolução permanente, cunhado por Trotsky, não é outro que não essa dinâmica. Afinal, a revolução se propõe objetivos inalcançáveis e seu sentido é o movimento contínuo, rumo ao nada. O repouso jamais poderá ser alcançado. Mas os momentos de febre precisam ser seguidos de momentos de relativa estabilização, sob pena de a vida prática ficar inviável.
O liberalismo dito clássico, nos momentos subseqüentes ao movimento revolucionário do século XVII, em paradoxo, passou a compor o contrapeso aos delírios revolucionários jacobinos. Voegelin fecha o texto com a seguinte afirmação:
“In the light of these considerations we can say that, on the one hand, liberalism decidedly has a voice in the political situation of our time; on the other hand, however, today the ideas of autonomous, immanent reason and the autonomous subject of economics are scarcely alive and fruitful; thus, the classical liberalism of the secularist and bourgeois-capitalist stamp may be pronounced dead.”
Voegelin foi certeiro no seu diagnóstico. Passadas mais de três décadas dessa constatação podemos dizer que a forma resultante de estabilização do movimento revolucionários na segunda metade do século XX foi o que se chamou de neoliberalismo, essa simbiose entre os frutos da ciência econômica liberal com as crenças coletivistas no plano político. O neoliberalismo virou a plataforma de todas as agremiações políticas no poder, desde o fim da II Grande Guerra. É o que se chama de social-liberalismo ou liberalismo-social. Numa única expressão, social-democracia.
Neoliberalismo é apenas mais uma variação estabilizadora da social-democracia, esta mesma que está a morrer pela crise atual. Vê-se que a variante neoliberal não pode ser mais o elemento racionalizador e estabilizador do exercício do poder real nesse estágio avançado. O modelo esgotou-se, fruto de sua entropia intrínseca. O distributivismo proposto pela social-democracia dependia da contínua expansão da carga tributária e da emissão de moeda, que já bateram seu limite superior. A falência está inteiramente explícita na inviabilidade dos modelos de previdência social e no inchaço incomensurável do funcionalismo público. O mundo ocidental está em um beco sem saída, inclusive nos EUA.
O que virá no lugar? Ninguém sabe. Uma guinada conservadora? Um novo espasmo revolucionário? Seja o que vier não se fará com pouca violência. Os sintomas estão por toda parte, as tensões brotam dia a dia. Os próximos anos serão sombrios.
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