sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Jogos de poder mais do que corrompido


No dito tempo da "outra senhora", a liberdade de expressão dos média sabia de antemão até onde podia ir. Por esse motivo, o seu papel estava previamente definido, mas nem por isso quem sabia o que escrever e era inteligente deixava de publicar seu artigo, ludibriando o, por vezes inepto, "lápis azul".

Desde os anos 60, com o eclodir da Guerra Colonial, as atenções do dito lápis centraram-se em informações sobre a conflito que envolvia nosso país, cujas informações seriam merecedoras de cuidados especiais mesmo em estados tidos como democráticos. Ver guerra do Vietname e, mais recentemente, as do Golfo como exemplo.

Os mais recentes e ruidosos casos de publicação de escutas resultam de várias subversões que apenas poderiam ter lugar num regime decadente. Primeiro, a fuga de informação de um órgão público para os média: até que ponto há boa-fé na fonte? Que funcionário judicial é esse que trai caladinho como um rato a instituição e respectivas regras de conduta em relação às quais se comprometeu? E até que ponto muitas vezes os conteúdos dessas escutas não são "editados" com intenções bem específicas?

Por outro lado, temos as intenções espúrias e arbitrárias dos alegados prevaricadores que vão buscar ao nosso obscuro e mal-elaborado Direito fundamentos para escapar ao material, ainda que de qualidade duvidosa, que pode pôr em causa a sua impunidade e nepotismo e revelar suas trafulhices e intenções indecorosas.

Ambos os lados fazem parte de um jogo de dados viciados, no qual não há vítima nem algoz, não há inocentes, pois culpados são e somos todos por vivermos e termos degenerado para uma sociedade na qual a má-fé faz prova ou pretende eliminá-la, consoante sua posição no tabuleiro do xadrez.

Só um aparte em relação ao semanário "Sol", tanta tiragem, venda e edições especiais cobrem todos os prejuízos advindos das ameaças vãs e patéticas de prevaricadores desacreditados. A bem da Nação? Só por acidente, pois a colheita vai toda para os bolsos do respectivo conselho de administração, o qual não será bem decerto parte desinteressada no jogo político em causa.


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