segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Deram asas à Nikita...

Oh Nikita you will never know, anything about my home!

Uns quatro anos antes da queda do propalado Muro, nós os livres ocidentais gramávamos com esta lenga-lenga vezes sem conta, em especial no livre Portugal com os seus dois ultralivres canais de TV e de rádios que se copiavam e ainda copiam umas às outras. Não tardou assim muito para a Nikita ganhar asas e experimentar Red Bull e Coca-cola em conjunto com as diversas maravilhas do capitalismo.
O que levaria um americano homossexual a fotografar obessessivamente uma soldadinha de chumbo da RDA e a andar em vaivém pelos dois lados de Berlim, para depois imaginar diálogos e tête a têtes intercivilizacionais em sessões de slides, no conforto capitalista de seu lar, é que dificilmente será entendido por quem não se lembra da propaganda bacoca que dos dois lados brotava.
Com a queda do comunismo, o seu fantasma mantém-se bem vivo, tornando-se a Nikita uma social-democrata do caraças, com sua vida privada na mesma vigiada e condicionada em nome do progresso e da igualdade. O ódio ao Cristianismo e o desprezo pela vida humana mantêm-se iguais, no entanto Nikita ter-se-á sentido aldrabada ao assistir à dissolução das instituições e das soberanias e respectivo sentimento nacional. Entretanto, vai trocando de telemóvel e de carro enquanto se endivida com o cartão de crédito. Excepto no caso de este ser pago por alguma prebenda honorífica pela sua participação activa na vida política, exercendo cargos públicos onde aprendeu que o roubo e a corrupção não eram exclusivo do seu antigo mundo, em relação ao qual terá alguma saudade da vergonha e do decoro que pelo menos encobriam o esterco e davam alguma dignidade à coisa pública.
Resta à Nikita, no entanto e por enquanto, a liberdade de poder dizer "Isto afinal é uma merda!" sem que a Stasi a chateie. Mas cuidado, Nikita, com alguns tribunais federais e respectivos sabujos paara aí andam e que para eles vigiam.

Sem comentários: