terça-feira, 17 de março de 2009

O socialismo na sua glória

Sempre com eufemismos cuidadosamente escolhidos (antes “interrupção voluntária da gravidez”, agora “morte medicamente assistida”), a extrema-esquerda vai impondo a sua agenda - de causa fracturante em causa fracturante até à fractura final: Francisco Louçã defende “legalização da morte medicamente assistida”

O coordenador do Bloco afirmou que o seu partido irá participar no “combate à obstinação terapêutica” e contribuir para que os cidadãos possam ter “acesso livre e informado à morte assistida”.

Poucos acreditarão que a iniciativa visa, efectivamente, combater a “obstinação terapêutica” mas há um aspecto da mensagem de Louçã que é inteiramente credível. Historicamente, o socialismo nunca foi particularmente eficaz a a proporcionar o acesso dos cidadãos à larga maioria dos bens e serviços, mas revelou-se sempre terrivelmente eficaz a garantir o “acesso livre e informado à morte”.

“Livres e informados” como estamos, estou certo de que em breve daremos mais um passo rumo aos amanhãs que cantam…

Aprecio particularmente o termo “obstinação terapêutica”, ou seja a maçada de os médicos quererem cumprir o Juramento de Hipócrates e serem fiéis àquilo que deve ser a sua função: tratar e curar, mesmo quando a esperança é ínfima, pois inexistente nunca o é e há factos a sustentá-lo.

Mas que fazer? Que se cumpra o acesso àquilo em que, aparentemente, na realidade somos todos iguais: na morte. É o socialismo e a esquerda na sua glória e nas suas causas mais sinceras - igualar a miséria e a morte.


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