quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Parece-me verdade que:

- Qualquer tipo de reformas que um governo faça irão desagradar a alguém.
- As reformas que entram em colisão com as classes profissionais, ou seja praticamente todas, dão origem a grandes sarilhos, tais como manifs, parangonas nos media, perda de votos e mesmo conflitos com as clientelas do partido do governo.
- Governar não é um acto que tenha de agradar a gregos e troianos.
- Em democracia todos os aspectos anteriores agravam-se, pois um governo está sob constante escrutínio e pressão da opinião pública e publicada. Quando os equilíbrios não se estabelecem devidamente entre os actos governativos e a pressão referida isso pode conduzir à perda de eleições e mesmo à perda de tempo no trabalho anterior.

Por tudo isto, a ironia de Manuela Ferreira Leite é bem oportuna, quanto mais não seja pelos tiques autoritários do actual governo que têm vindo a fazer-se sentir há bem mais tempo do que seis meses. Como tal é natural que dêem origem a ironias como esta dos líderes da oposição, as quais apenas por má fé, iliteracia e cegueira ideológica são mal compreendidas.
Só quem tem algum poder de abstracção sabe discernir e gracejar sobre os inconvenientes do regime político que, apesar de tudo isto, é o menos mau de todos.

2 comentários:

Ana disse...

Não podia estar mais de acordo com este texto!
O aranzel que se levantou por uma frase mal interpretada já causa irritação.
Tal como já não se aguentam as avalanches de e-mails que recebemos, em prol dos direitos dos professores.
Já comecei a apagá-los antes de os ler. Não há pachorra!
Isto, evidentemente, não significa que eu simpatize com a ministra.
Parece-me é que os tais diazitos fora da democracia já não iam chegar para as encomendas:)))

Esperemos que, apesar de tudo, não apareça quem lhe pegue na palavra...
O mundo vive dias levados do diabo, para usar uma expressão decente.

Abraço

Pedro disse...

Ana

Se a MFL meteu água foi no período de tempo necessário...
Quanto à guerra da ministra com os sindicatos, apenas tenho a dizer que eles se merecem mutuamente.