domingo, 27 de janeiro de 2008

Não malhem mais na ASAE, carambas!

A ASAE é a versão policializada que nós precisávamos para entrar nos eixos. O único meio de este povo à beira-mar plantado se civilizar, carambas! Um povo no meio do qual ainda não vão 20 anos a Jaquina das Iscas fritava chicharros no meio de um aido fedorento virando-os na fritadeira com o próprio travessão de cabelo! Ainda não vão 30 anos que na famosa Badalhoca as sandes de presunto eram ingeridas em pavimento de terra batida em plena companhia de umas ratazanas compinchas.
No meio desta badalhoquice toda não admira que sejamos o povo mais baixote da Europa e com os piores índices estatísticos em todas as disciplinas possíveis e imaginárias.

Pois, surgiu o remédio! Aquilo por que muitos de nós tantas e tantas vezes suspirámos, entre frases como "vai levar muito tempo para pôr isto na ordem" ou tinha que vir alguém com pulso", está por aí com treino militar e tudo, preparada para dar e levar nos cornos e nós o que fazemos? Choramos cantilenas nostálgicas de um passado que sempre foi lamentado. Pois agora gramemos a pastilha das bolas de Berlim e da chouriça embalada, do adeus à acolhedora e emblemática lareira, do fim das bifanas e dos bolinhos de bacalhau na tasca do Quim Malaquias e do seu estaminé de portas de abrir ao meio, das limitações e imposições a muitos hábitos de consumo e domésticos como se fôssemos atrasados mentais incapazes de gerir de modo competente a nossa própria propriedade.

A ASAE não vem de agora, meus senhores. Vem de um projecto de país e de Europa ao qual todos nós fomos alheios e assistimos impávidos e serenos à sua construção, embalados pela cantiga das loas de benefícios e de pugresso. Aguentem, pois a coisa está para dar e durar...

3 comentários:

Ana M. disse...

Mas vamos lá a ver:
Só pode ser ou 8 ou 80?
Ou há-de ser o cabelo na sopa ou o milho embalado em embalagens de 5 quilos?
Ó santinho, poupe-me!

Abraço

Hernâni Caroço disse...

O que eu quero é um país onde o as especialidades gastronómicas são reconhecidas e protegidas contra a sua extinção, como símbolos de uma cultura que se vai diluindo por meio do tilintar das moedas. Eu quero um país onde possa comer pastéis de peniche, onde possa beber vinho verde, onde possa desfrutar de iguarias que são sangue do meu sangue. Se são sangue do meu sangue como me podem fazer maL?!

Pedro disse...

Sininho

Mais vale racionar o milho e controlar o seu consumo! Vai ser o fim último de quem cria as ASAES deste mundo.
O cabelo na sopa continuará por lá, para dar um toque "caseiro"..

Hernâni
Sangue?? Cá para mim andas com comportamentos desviantes derivados de vampirismo. Estás mesmo a precisar de um regulação estatal!