segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Perguntar pode ofender...

Será que os mesmos que se indignaram, carpiram mágoas diversas, salivando de satisfação no seu íntimo, em relação ao caso do BCP irão ter a mesma reacção perante dinheiro que é de nós todos e deles também?
Onde param agora as lições de moral contra o "nepotismo do capital", o "poder das sociedades secretas" etc., etc.?
Ou será que os empréstimos de empresas públicas são mais morais, mesmo sendo atribuídos a administradores pagos principescamente com, pelo menos parte, do erário público?

2 comentários:

Pequena Papoila disse...

"Perguntar pode ofender..."
Nem por sombras, ora essa, perguntar/questionar pode e, deve servir para esclarecer. Todos os cidadãos deste País têm o direito/dever de questionarem tudo o que os incomoda ou lhes traga dúvidas ou incertezas e, a serem elucidados convenientemente, com isenção. ;)

Estimado Pedro,

Na minha humilde opinião e, pelo que sei, de fonte segura, o Banco de Portugal não é uma Instituição de crédito privada; é uma Instituição monetária e, de Supervisão Financeira das instituições de crédito e das sociedades financeiras; não se lhe aplicando as mesmas regras da Banca comercial privada. No Banco de Portugal quaisquer funcionários têm direito ao crédito; e, sendo assim, esses administradores obtiveram-nos quando eram directores, apesar de o poderem fazer como administradores.
Tudo isto é apenas má-fé (dor de cotovelo de muita gente) pelas regalias usufruídas pelos funcionários que lá trabalham; propaladas por uma certa imprensa com fins especulativos/politiqueiros e, de verdadeira má-língua (não olhando aos meios para atingir os fins) com objectivos muito pouco claros; enviando noticias cá para fora, sem ao menos se preocuparem da veracidade das mesmas, não se empenhando num trabalho informativo de qualidade, nem da autenticidade e, credibilidade das suas fontes; deveriam era efectuar uma investigação/pesquisa isenta e, não preconceituosa - apenas só, se preocupando com as audiências e, venda dos seus "pasquins". O Banco de Portugal cria/gera valor, com fundos de investimentos próprios. E, sendo o Banco Central da República Portuguesa uma entidade reguladora, entre outras atribuições, por sua vez, cumpre também regras, emanadas do Banco Central Europeu.

Pedro disse...

Áurea

Não lhe retiro razão a nada do que aponta, no entanto a abordagemm que fiz e que penso que deve ser feita é a seguinte:
O Banco de Portugal é uma instituição pertencente ao Ministério das Finanças, logo está na dependência do Governo e suas nomeações de administradores e governadores são eminentemente políticas...; não se trata de uma instituição de crédito, como bem a Áurea salientou, logo não está autorizada a cobrar juros, daí que não seja muito normal a prática de concessão de empréstimos; caso seja legal essa concessão de crédito, porquê ao apenas aos seus funcionários e não a quem dele mais precisa? Ainda para mais sendo um crédito mais que bonificado; se seus bem pagos funcionários (sim, não escondo que tenho a minha invejazinha, claro está :)) precisam de crédito, têm direito a ele, mas não faltam por aí instituições que lho concederão com todo o gosto e profissionalismo - o problema é será que... cobram juros.

Se estas razões caírem por terra devido a possíveis nuances legislativas internas e/ou externas, não deixa de ser significativo que algo que diz respeito a todos nós seja quase remetido ao silêncio, ao passo que uma instituição privada e respectivos agentes sejam promovidos a personagens de telenovela. Daí que questiono de que lado estará a tal imprensa sem escrúpulos e invejosa? Certamente de nenhum a não ser o deles próprios. Quem eu menos suporto são os moralistas do costume, comentadores também muito bem pagos, que se preocupam muito com aquilo que não é deles, mas quando o assunto lhes concerne, calam-se como ratos e ninguém lhes pergunta nada.