domingo, 8 de julho de 2007

À laia de regresso...

Uma arreliante avaria no computador pessoal forçou a esta miniausência. É uma espécie de ausência que cria a angústia própria de quem se vê forçado a abandonar o lar durante uns tempos. Pois o que é o nosso blogue senão uma extensão de um domicílio superindividualizado?
Perdeu-se aquilo de que não pude falar na circunstância apropriada, mas falo agora. Afinal, não se perdeu nada, qual Lavoisier! Posso referir a excelente entrevista de Zita Seabra como há muito não eu não via entrevista de qualidade e interesse semelhantes no canal dito público. Zita tem sido alvo desde há muito do desprezo e ódio nacionais. Porquê? Mudou de opinião. Dizem que foi quando o comunismo se viu morto e enterrado que esta velha militante desistiu da luta e partiu para novo tacho.
Nada mais pequeno, mesquinho e torpe que uma leitura destas, ou a Zita não tivesse desde sempre garantido, que foi sempre culpada durante os tempos em que participou na luta. A Zita nunca ignorou nem alega ter ignorado nenhum holocausto. Antes pelo contrário, ela, fazendo acto de contrição na sua dorida consciência, é a primeira a afirmar a sua participação na liderança de movimentos civis e militares que, tivessem eles sido frutíferos, teriam dado origem aos maiores banhos de sangue da história das guerras civis portuguesas. Tendo ela confess ado que nos momentos em questão tinha perfeita consciência de seus actos e suas consequências. Podem os detractores contra-argumentar que o facto de tais actos não se terem consumado serem mais fáceis de confessar e digerir. Pois será um argumento falacioso, pois como em tudo é a vontade sincera e espontânea de um dado momento aquela que é genuína e verdadeira. Além de a pessoa em questão nunca ter tido ilusões que a vitória de sua ideologia de então nunca ser possível de ser imposta senão pela força das armas. Zita acordou com a luz que foi permitida entrar neste canto à beira-mar plantado em pleno alvor da ilusão do progresso económico dos anos 80. Muitos pesadelos ficaram para trás, embora muitos e tanto ainda temos de acordar...
Alguns outros assuntos teriam sido aflorados, tais como a simples questão que eu coloco ao líder do CDS-PP e o respectivo candidato à presidência da CML: qual é a ideia de vossa campanha a qua eu não vislumbro em nenhum órgão de comunicação social? Serãoe stes que estão a trabalhar todos mal?
Enfim, amnhã espero que o bicho lá em casa esteja recuperado de seu coma e eu possa conversar mais um pouco e desenvolver mais assunto com meus queridos leitores e comentadores. Aqui a meia-hora que paguei neste cibercafé está a acabar-se... Tchau!

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