sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Tendências pugressistaje n'O Insurgente

De Adolfo Mesquita Nunes (leitura recomendada, em especial, para aqueles que se barricam em sectores políticos para defender posições sobre o referendo)
Num post abaixo, o André Azevedo Alves considera que a pergunta do referendo é uma “armadilha para a liberalização total do aborto”. Idêntica opinião tem sido por diversas vezes utilizada por apoiantes do “não”, inclusivamente tal facto tem sido muitas vezes elevado a causa determinante do voto “não”.
Gostava de reflectir um pouco sobre esse assunto, o que aliás serve para demonstrar que, à direita, a convivência de opiniões diversas vai muito bem, obrigado.
Embora perceba o sentido, não posso concordar com a ideia de que do “sim” ao referendo possa resultar uma liberalização do abortamento. O facto de uma mulher poder abortar num estabelecimento de saúde autorizado não significa que o abortamento seja liberalizado.
Para que assim fosse, o vão de escada teria de ser permitido, e não é. Para que assim fosse, não poderia limitar-se a sua prática a estabelecimentos autorizados pelo Estado. Para que assim fosse, o abortamento estaria na plena e total disposição de duas pessoas, a mulher e o agente provocador do abortamento, e não está. Para que assim fosse, teríamos de dizer que toda a economia nacional estava totalmente liberalizada…
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4 comentários:

Ana M. disse...

Estou pelo André Azevedo Alves...

Pedro disse...

Fazes muito bem, Sininho.
Resta saber é se o senhor em questão merece o teu apoio...

Áurea disse...

O André Azevedo Alves defende com todo o vigor - o Não - está no seu pleno direito de defender com toda a garra as suas convicções!
A despenalização do aborto, não significa obrigatoriamente que as pessoas tenham de o fazer: apenas, e só apenas aquelas que o querem ou quiserem fazer, o façam nas melhores condições, e não nas piores - diga-se vão de escada, como metáfora... depois caberá à consciência de cada um... porque havendo planeamento familiar, acesso facilitado a tantos e a todos os anticoncepcionais disponíveis no mercado, muita educação sexual no seio familiar e na escola, assim como para a cidadania, não haverá que ter medo do - SIM!
Eu digo: NÃO, apenas à hipocrisia!

Áurea

Pedro disse...

Sim, Áurea, estou de pleno acordo. Este texto creio que desmistifica muitos fantasmas que muito boa gente quer criar. E não nego algum conforto que venha do sector político de onde vem... Ainda não há muito tempo não era nada fácil ser de direita e ser pela despenalização do aborto. Questão de mentalidades lusas, mais nada...